O mais pequeno V12 do mundo?

"Tropecei" nisto e não resisto em partilhar esta pequena grande maravilha, um autêntico trabalho de relojoaria:

Dome F105 - Mugen Honda - Marco Apicella

A Dome foi fundada em 1975, tendo como objectivo produzir carros de produção limitada e preparação de carros de competição. As suas intenções de produzir carros próprios sofreu um sério revés quando as autoridades japonesas não aprovaram a homologação para circulação na via pública do Dome Zero em 1978.
Continuou então a Dome a construir e preparar modelos, principalmente para a Tom's que inscrevia os Toyota nas competições japonesas e mesmo no Campeonato do Mundo de Sport Protótipos, como o Toyota 88C . Isto até final da década de '80, quando a Dome passou a colaborar com a Honda. A colaboração com a Toyota traduziu-se na criação e contrução de monolugares para a Formula 3 e Formula 2 japonesas. Com o fim da Formula 2 e surgimento da Formula 3000, a Dome passou a construir monolugares para esta categoria também.
Foi na F3000 japonesa que a Dome se reuniu com Marco Apicella, com o piloto italiano a sagrar-se campeão em 1994 com o Dome F103 equipado com um motor Mugen Honda. Depois disso tornou-se o piloto de desenvolvimento da Dome. Entretanto, os laços com a Mugen tinham-se estreitado ao longo dos anos e havia o interesse de uma equipa totalmente japonesa na Formula 1 onde a Mugen fornecia motores desde 1992 e foi solicitado à Dome que construí-se um monolugar. Nasceu assim o F105, um monolugar projectado e construído pela Dome, equipado com motor Mugen Honda e com transmissão e sistema hidráulico da Minardi. O Marco Apicella, que tinha o GP Itália de 1993 com a Jordan no seu curriculum, fez a maior parte dos ensaios, como é o caso da foto do Quiz, tendo também os japoneses Naoki Hattori e Shinji Nakano (piloto que mais tarde a Mugen colocaria na Prost) também testaram o carro. Havia planos para montar uma base europeia em 1996 e testar em diversos circuitos do Mundial para desenvolver o carro mas nunca foi possível reunir as verbas necessárias.

Assim a prova de fogo aconteceria logo a seguir ao GP do Japão de 1996, com os responsáveis da Dome e da Mugen a pretenderem fazer uma comparação mais exacta com os carros que participaram no Grande Premio. O piloto escolhido para esse teste foi Naoki Hattori que, usando pneus que seriam do mesmo composto disponível no Grande Premio. Hattori marcou um tempo de 1m46s270, a mais de 7 segundos da pole de Jacques Villeneuve com 1m38s909 com um Williams Renault. Mais importante que isso, ficou 0,3 segundos acima do limite de 107% do tempo da pole. Isto desapontou os responsáveis da Dome. Muito se especula do tempo que o carro poderia ter alcançado com um piloto mais capaz ao volante, uma vez que a experiência de Hattori na Formula 1 se resumia a duas não pré-qualificações ao volante de um Coloni-Ford em 1991, curiosamente em substituição do português Pedro Matos Chaves na equipa italiana. Ainda assim, o tempo de Hattori foi melhor que o do Minardi de Giovanni Lavaggi que obviamente não se qualificou para a que seria a sua última corrida na Formula 1.
Esta falta de competitividade, aliada a uma falha mecânica que resultou num incêndio noutro teste levou a que a Dome re-avaliasse e renovasse extensivamente o monolugar que só voltou a aparecer em 1998, até porque entretanto tinham entrado em utilização pneus com rasgos e não fazia sentido testar em 1997 com o regulamento a mudar para o ano seguinte. O carro apareceu reconfigurado como F106 mas novas dificuldades de financiamento e principalmente a aquisição da Mugen pela "casa-mãe" Honda que preferiu reunir esforços com a BAR na Formula 1 ditaram o fim do sonho da F1 pela Dome.