Em conferência de imprensa realizada ontem no circuito de Daytona, os proprietários da NASCAR que organizam o campeonato GRAND-AM (família France) e os proprietários da IMSA que organizam o ALMS (com Don Panoz à cabeça) anunciaram que as duas competições se fundirão numa apenas a partir de 2014 em diante.
Com ambos os campeonatos a enfrentarem listas de inscritos muito pouco preenchidas nas categorias principais destinadas aos protótipos, com o ALMS a oscilar entre os 5 e 8 carros inscritos entre as categorias (LM)P1 e (LM)P2 e o Grand-Am a também a ter regularmente a correr 8 ou 9 Daytona Prototypes, com a excepção das provas de maior duração, as 24 horas de Daytona, as 6 horas de Watkins Glen e as 3h de Indianapolis, que viram o número de carros inscritos incrementado, já que estas 3 provas contavam para uma competição paralela ao Grand-Am, o North American Endurance Championship.
Sendo que no ALMS correm actualmente 5 classes distintas e no Grand-Am outras 2, sendo que não se pode encontrar equivalências entre nenhumas delas, também não foi adiantado nada em relação a que classes seriam aproveitadas e quais seriam abandonadas. A única confirmação neste campo é que o Deltawing, que vimos correr extra-classificação nas 24 horas de Le Mans terá lugar na nova competição, ou não fosse uma aposta pessoal do Don Panoz.
Oficialmente foi tudo o que ficamos a saber ontem na conferência de imprensa e que não foi mais que a confirmação do que já vinha sendo comentado nos bastidores e que praticamente tinha sido esparramado no site do canal americano SPEED há cerca de uma semana.
E o que não foi dito?
A fusão na realidade foi a aquisição por parte da NASCAR ao Don Panoz das empresas (nos Estados Unidos as competições são geridas por empresas) ALMS e IMSA e dos circuitos de Mosport e Road Atlanta assim como a concessão a longo prazo da exploração do circuito de Sebring. A Don Panoz restou, além dos seus outros negócios, uma reforma simpática, sob a forma de um lugar no conselho de administração da nova companhia formada da fusão do Grand-Am com o ALMS e a satisfação de ver o "seu" Deltawing finalmente arranjar lugar para competir, depois de rejeitado na Indycar e se adivinhar o mesmo desfecho nas Indy Lights, onde se candidatou também. A nova competição conseguirá assim juntar no mesmo calendário provas tão emblemáticas como as 24h de Daytona, 12h de Sebring ou Petit Le Mans. Se, nos EUA se exulta esta espécie de regresso do lendário campeonato IMSA, o World Endurance Championship fica em sérias dificuldades para ter a sua prova nos Estados Unidos, mercado muito importante para as marcas envolvidas (Audi, Toyota, Porsche, Ferrari). O que não é visto como problema pelos americanos, já que não gostaram nada de ver os concorrentes do ALMS a fazerem papel de figurantes face ao protagonismo dos concorrentes mundialistas na edição de 2012 das 12 horas de Sebring. Se, do lado de Don Panoz, o desconforto de surgir uma competição com base nos regulamentos das 24h de Le Mans que tiraria o "epíteto" de maior competição do género ao ALMS foi evidente desde a primeira hora e desde o anúncio do mesmo que ficaram a pairar no ar dúvidas acerca do interesse do ALMS em renovar a concessão junto do ACO, do lado da família France o caso ainda é mais extremo, pois são da opinião que não faz sentido nenhum ir correr à Europa quando os melhores pilotos e as melhores competições do mundo estão nos E.U.A.
Quanto a classes a competir... Rumores avançados por variadíssimas fontes normalmente bem informadas avançam:
- Protótipos: Os LMP1 não serão elegíveis, correrão os LMP2 e os Daytona Prototypes, em classe única ou em duas classes, uma destinada a protótipos abertos (LMP2) e outra protótipos fechado (DP), sendo o objectivo que apresentem andamentos idênticos, de modo que lutem entre si pela classificação geral.
- GT: Parece ser intenção de manter a classe GTE do ACO como base para a competição. No entanto, no Grand-Am correm na classe GT carros tipo silhueta, com chassis tubulares que não derivam dos seus primos de série, pelo que deverão haver homologações nacionais para que estes carros compitam directamente com os GTE que usam chassis derivados de série modificados.
No entanto, neste momento, o desejado equilíbrio de andamentos ainda dará muitas dores de cabeça até 2014, como se pode comprovar pelo gráfico apresentado, que compara os tempos realizados por cada classe de ambas as competições, na pista de Mid Ohio, que os dois campeonatos visitaram este ano.
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