Nem só de carros reais vive o homem. E quando falamos dos carros virtuais que preenchem o imaginário dos miúdos e graúdos a série Gran Turismo, em exclusivo para as consolas Playstation é uma referência.
De facto, o primeiro Gran Turismo, lançado há mais de 12 anos, foi radical em três vertentes.
Em primeiro lugar pelo controlo dos carros. Numa fase em que o controlo dos carros nos jogos de consola era tudo menos realista, aparecia um jogo em que as diferenças entre carros eram bastante sensíveis, ou seja, percebia-se perfeitamente tratar-se de carros de tracção dianteira, traseira ou integral, assim como se sentia perfeitamente a entrega de potência mais ou menos linear dos motores, etc. Não era perfeito, é certo, os carros de tracção dianteira, por exemplo, eram demasiado fáceis de introduzir em curva, quase sem subviragem, enquanto os carros de tracção traseira sofriam de excesso de sobreviragem. Por outro lado o som dos motores era fantástico.
Em segundo lugar a longevidade do jogo. Numa altura em que os jogos de carros tinham geralmente um muito limitado número de pistas e carros disponíveis, Gran Turismo oferecia-nos 11 pistas que poderiam ser percorridas em ambos os sentidos, o que não era nada de espectacular, mas espectacular era o número de veículos presentes, nada menos que 180! É verdade que o número era obtido devido à maioria dos carros estar presente em mais que uma versão, mas mesmo assim a variedade era imensa. Com a benesse de dispormos desde vulgares carros de estrada até bombas de competição, estando ainda disponíveis upgrades e diversos tipos de pneus. Os nossos popós do dia a dia, depois de devidamente evoluídos, poderiam passar a verdadeiras versões “racing” com decoração apropriada. Com tanto modelo diferente havia também um sistema de jogo à altura. Começava-se com uma quantia muito pequena de dinheiro, com a qual comprava-mos um carro usado, depois era correr para ganhar mais créditos, melhorar o nosso carro, comprar outros carros e por aí fora. Havia competições limitadas a tipos de transmissão, peso, nacionalidades, carros preparados ou carros de origem, não faltando as corridas de endurance, havendo uma corrida de 300km! Havia também as indispensáveis licenças de condução, neste caso três, com testes de dificuldade crescente, sendo que cada competição exigia determinada licença em conformidade com o nível da mesma.
Em terceiro, o aspecto do jogo. Se hoje pouco nos diz em termos de qualidade, na altura era fantástico. Quando a equipa de desenvolvimento começou a lançar imagens do jogo, surpreendeu tudo e todos ao afirmar que a Playtation (a primeira da série) não estava sequer a ser explorada em 50% das suas capacidades pelos melhores jogos de então. O Gran Turismo e especialmente o Gran Turismo 2 vieram dar-lhe razão.
Com isto tudo surgiu o jogo, nascido do fanático por carros de corrida Kazunori Yamauchi que mais vendeu em todo o mundo para a primeira consola da Sony, vendendo quase 11 milhões de cópias em todo o mundo. Contribui decisivamente para o predomínio da Sony sobre as concorrentes há muito implantadas no mercado, nomeadamente a Nintendo e principalmente a Sega, grande dominadora do mercado, e que lutava pela liderança do mercado com a equivalente Sega Saturn.
Mas ainda não era o jogo perfeito. Como já foi dito, apesar de um controlo dos carros, fantástico para a época, ainda não era tão realista quanto pretendido. A variedade de carros não japoneses também era reduzida, limitada a 4 construtores, dois americanos e dois ingleses, ou seja, a Chevrolet com uma mão cheia de Camaros e Corvettes na circunstancia, a Dodge, também com 5 dos inevitáveis Viper e Concept Cars, a TVR com o Cerbera e o Grifith ambos em versão civil e versão racing e a Aston Martin com o DB7 nas versões Coupe e Volante. Havia também carros que permitiam desenvolvimentos atingindo potências e velocidades irracionais, como por exemplo os Nissan Skyline GT-R, os Toyota Supra ou os Mitsubishi GTO (conhecidos por GT3000 na Europa), que podiam ser preparados para debitarem mais de 900cv e atingirem velocidades de 400 km/h. Estava apontado o caminho para o segundo título da série, o Gran Turismo 2.
Boas.
ResponderEliminarA saga Gran Turismo vale bem o tributo aqui prestado. É um jogo absolutamente imprescindível para todos os amantes do desporto automóvel que sejam também adictos das consolas.
Por mim tenho em casa a versão GT4 para PS2 (é do meu filho na verdade... ou pelo menos assim justifiquei a compre... lol!) e é fantástica!
Boas gatilhadas!
MPQ
Boas Miguel
ResponderEliminarCOntinuarei a postar aqui mais alguma informação dos restantes jogos da série e dentro em breve um guia para completar o GT4 sem ter que gastar muitos créditos e juntar estes para aqueles carros que gostamos muito.
Caso estejas interessado, também tenho um save com o jogo 99,1% concluído, que aliás emprestei ao Mendes.
Abraço
Pedro Correia