Deutsche Tourenwagen Meisterschaft / Deutsche Tourenwagen Masters
Na Alemanha as corridas com carros que se assemelham com os nossos carros do dia a dia sempre tiveram enorme popularidade. Esta história de sucesso iniciou-se em 1972, com o DRM, na época para carros de Grupo 2 (como o BMW 2002 ou o Ford Escort RS1600 por exemplo) e Grupo 4 (Ford Capri RS ou Porsche 934). O seu interesse junto dos espectadores associado ao pouco interesse pela Fórmula 1 na Alemanha rapidamente fizeram com que fosse o campeonato mais popular no país. Entretanto o campeonato evoluíu para os muito alterados Grupo 5, como os potentes Porsche 935 e os espectaculares Ford Capri e BMW 320. As transmissões televisivas em directo eram Top de audiências na Alemanha e os construtores contratavam pilotos de craveira internacional. No entanto, com o sucesso internacional do Campeonato do Mundo de Marcas com os protótipos de Grupo C, o DRM acabou por adoptar estes modelos. Com a escalada de custos, acabou também por ser o fim do campeonato. Em 1984 apenas se correram três provas, usando-se três provas do Campenato do Mundo para se obterem seis provas pontuáveis, sendo aliás o campeão exactamente o mesmo nas duas competições, Stefan Bellof. Em 1985 apenas se realizou uma prova, correndo o resto do calendário junto com as Interseries.
Assim, a partir de 1986, criou-se uma competição para os Grupo C, a Supercup, no entanto num formato sprint para apenas um piloto por carro. Este campeonato durou até 1989.
Isto porque os organizadores perceberam que necessitavam de revitalizar as competições com carros derivados dos carros de estrada de grande produção, que tinham sido relegados para competições secundárias com o aparecimento dos protótipos e criou o campeonato DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterschaft) em 1984, destinado a carros de Grupo A, ou seja, carros de turismo moderadamente modificados.
Era um campeonato destinado a privados, até porque não era atribuído título de construtores. Assim em 1984 iniciou-se a primeira temporada da competição com modelos tão diversos como o Volvo 240 Turbo, Rover Vitesse, BMW 636 CSi, BMW 325i, Chevrolet Camaro, Ford Mustang, Alfa Romeo Alfetta GTV6 ou Opel Kadett GT/E. Correram-se 12 jornadas, 10 na Alemanha e 2 visitas a Zolder na Bélgica. Havia jornadas com uma corrida de 100km ou duas mangas de 50km, neste caso obtendo-se apenas metade da pontuação por manga. No final, o primeiro campeão foi Volker Strycek, com um BMW 635CSi à frente de Olaf Manthey num Rover Vitesse.
Em 1985 a vitória foi para o sueco Por Stureson com um Volvo 240 Turbo com o Rover Vitesse de Olaf Manthey a ficar novamente com o vice-campeonato. Em 1985 abandonaram-se as jornadas com duas mangas passando-se a realizar apenas jornadas com uma corrida de 100km e repetindo-se as únicas visitas ao exterior sob a forma de duas jornadas em Zolder.
1986 foi o ano da Rover, através do Vitesse, pilotado pelo dinamarquês Kurt Thiim, finalmente conseguir o título depois de dois vice-campeonatos consecutivos. Em segundo no campeonato ficou o alemão Volker Weidler, que viria a vencer, cinco anos depois, as 24h de Le Mans com a Mazda. Marcante também foi o carro utilizado por Weidler, pois foi a estreia do Mercedes 190E 2.3 16 no DTM, um carro que iria marcar de forma indelevel o campeonato nos anos seguintes.
Em 1987 estreou-se no campeonato outro peso pesado da história do campeonato, o BMW M3, que veio substituir o 635CSi. E estrou-se com a vitoria no campeonato, pelas mãos do belga Eric Van der Poele que se superiorizou ao alemão Manuel Reuter, com este a repartir a temporada entre dois Ford Sierra, o XR4i e o RS500.
No entanto, e apesar das enormes listas de inscritos, o campeonato ainda não estava a ter o impacto mediático que se pensava possível, talvez até porque tenha havido três estrangeiros campeões em quatro anos, e assim para a temporada de 1988 decidiu-se que todas as jornadas se correriam em duas corridas de 50km e não uma de 100km, de modo a tornar o espectáculo mais interessante para as transmissões televisivas, um formato posteriormente adoptado pela generalidade dos campeonatos de turismo e fórmulas de promoção.
Mas isso fica para a segunda parte...
Fico então a aguardar....
ResponderEliminarMuito bom.
Um abraço
Eheh, as incursões pelo Racing Underground estão a dar ideias, Pedro? :)
ResponderEliminarO DTM foi sempre uma série que me agradou seguir. Ainda me recordo das corridas que eram transmitidas pela RTP2, nos grandes anos do ITC/DTM, com os Alfas a picarem-se com o Mercedes Classe C e os espetaculares Opel Calibra (esse ficou mesmo uma espécie de "icone" da minha juventude)...
Agora já nao tem tanta piada de seguir, mas com o regresso da BMW e uma nova série de regulamentos, pode ser que a coisa anime.
Um abraço,
Hugo
Boas
ResponderEliminarHugo, por acaso o texto começou a ser escrito antes do Racing Underground.
Aliás, destes primeiros anos não há muita coisa, principalmente audiovisual, mesmo fotos são muito complicadas de arranjar. Em 1984 e 1985 ainda se correu o DRM e nos anos seguintes a Supercup por isso dividia ainda o protagonismo com estas competições.
Abraço
Penso que me estarei a repetir, mas recomendo vivamente este video para os entusiastas desse tempo do DTM. É possível vislumbrar os tais Volvo, Alfas 75, Fords Sierra e outros... (se bem que os Mercedes 190 e BMWs 320 dominam a paisagem)
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=Gw-AxiVqihM
Abraço,
Hugo