Definitivamente 2009 foi o ano Yamaha.
Pela primeira vez na sua história o construtor de Iwata conquistou os três títulos mundiais de velocidade mais importantes em disputa, ou seja, foi campeã mundial de Motogp com Valentino Rossi, de Superbikes com Ben Spies e de Supersport com Cal Crutchlow. Além disso a equipa Yamaha Team Austria é já virtual campeã mundial de Endurance. Os únicos títulos mundiais que o construtor não conquistou foram de 125cc e 250cc Grande Prémio, onde não está representada.
É certo que os títulos de construtores nas Supersport e nas Superbike (a Yamaha Italia conquistou o título de equipas) escaparam, mas o interesse mediático destes títulos é reduzido.
Mas além de inédito para a Yamaha, é inédito também para o motociclismo mundial, pois desde que se disputam os três campeonatos é a primeira vez que um construtor consegue a tripla.
Foi também a primeira vez que a Yamaha conquistou o título de pilotos em Superbikes, apesar de já ter conquistado o bem menos mediático título de construtores em 2007.
Se em MotoGP a conquista da Yamaha e de Valentino Rossi não surpreendem (Pilotos, Construtores e equipas para a FIAT Yamaha) a que juntou o Vice para Jorge Lorenzo, em Superbikes a história era diferente. Com a saída do seu chefe de fila nos últimos anos, Noriyuki Haga para a campeã Ducati Xerox, a estreia de uma moto nova, revolucionária por usar um novo motor o sistema Big Bang , usual no MotoGP mas nunca antes usado numa moto de série a que se juntou um dupla de pilotos totalmente nova, também ela estreante no Mundial. Ben Spies era a grande esperança, tricampeão americano da categoria com a rival Suzuki, que sem perspectivas de ser promovido a MotoGP como era seu desejo na esfera da Suzuki, parceira nos seus sucessos domésticos, mudou-se para a Yamaha, provavelmente seduzido pelo contrato em que estaria prevista a sua passagem para MotoGP, o mais tardar em 2011.
Muitos duvidaram do americano, argumentando que o campeonato mundial tinha muito mais pilotos em condições para lutarem pela vitória que o campeonato americano, que a Yamaha nunca seria uma moto competitiva neste primeiro ano do motor "crossplane", etc.
O que é certo é que o americano "limitou-se" a fazer 11 poles, sendo as sete primeiras nas primeiras sete provas de forma consecutiva, um record ,em 14 possíveis e vencer 14 corridas em 28 possíveis. Nada mau para um piloto que só conhecia a pista da ronda americana do campeonato e havia feito testes de pré-época em mais duas ou três pistas. É certo que a Yamaha o deixou ficar mal com algumas desistências, quando geralmente seguia em primeiro ou segundo ou mesmo a falha de gasolina em plena recta da meta em Monza com a bandeira à vista quando liderava, acabando em 15º essa prova. Tão convincentes foram as suas performances que a Yamaha confirmou que mudaria para MotoGP em 2010 numa altura em que estava em segundo no campeonato, apesar do seu contrato só prever a passagem no caso de ser campeão, o que apenas se viria a confirmar em Portimão.
Como prémio extra teve direito a correr como Wild Card a última prova de MotoGP deste ano em Valência, onde se pilotou pela primeira vez uma Yamaha M1, sendo que a sua experiência anterior na categoria se resumia a três provas também como Wild Card em 2008 com a Suzuki, sendo duas delas à chuva! Não fazendo a coisa por menos e aproveitando o conhecimento da pista de já ter corrido em Superbikes nesta mesma pista este ano, terminou a prova num muito positivo 7º lugar da geral, à frente de Andrei Dovizioso na Repsol Honda oficial.
No caso de Crutchlow o cenário era diferente, a Yamaha R6 já levava alguns anos de desenvolvimento e tinha-se mostrado rapidíssima a espaços, faltando apenas consistência para bater as Honda da equipa holandesa Ten Kate, equipa com apoio oficial da Honda, que "apenas" tinham conquistado os últimos sete campeonatos. Surpresa das surpresas a equipa holandesa surgiu em baixo de forma em 2009, apesar de contar como pilotos o campeão de 2001 e 2008, o australiano Andrew Pitt e o campeão de 2007, o turco Kenan Sofuoglu, sendo que a oposição veio da surpreendente equipa Anglo-portuguesa Parkalgar Honda com o piloto Irlandês Eugene Laverty, que já tinha sido segundo para Crutchlow no Campeonato Britânico de Supersport de 2006, a dar grande luta até final com o título a decidir-se apenas na última prova em Portimão, a corrida da casa para a equipa Parkalgar, ganha superiormente por Laverty, sendo no entanto insuficiente para impedir a conquista de Crutchlow e da Yamaha.
Além do sucesso ao nível dos Mundiais há ainda a destacar as vitórias em diversos campeonatos nacionais de Superbikes, nomeadamente os campeonatos Inglês, Japonês, Francês, Alemão e Holandês salientado-se também o vice-campeonato de Josh Hayes nos Estados Unidos onde a marca nunca conheceu muito sucesso.
Fora do asfalto de salientar o título mundial na classe da rainha do Motocross, MX1, nos pilotos por Antonio Carioli e nos construtores também.
Resumindo, um ano em cheio para os lados de Iwata.
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