O Porsche 959 é um carro de muitas curiosidades, ficando para a história por exemplo por ter ganho no mesmo ano o Rali Paris Dakar à geral e as 24h de Le Mans na classe reservada para os carros de Grupo B, precisamente o mesmo Grupo B do carro que alinhou no Dakar.
Mas o que provavelmente poucos sabem é que o Porsche 959 nunca foi legalmente autorizado a circular nas estradas dos Estados Unidos da América.
Isto porque as autoridades americanas não aceitam a homologação no país de origem dos carro, obrigando os construtores a disponibilizar 4 unidades dos modelos que pretendem homologar nos Estados Unidos, para serem submetidas a crash tests. Ora, sendo um modelo em que a Porsche não tinha qualquer lucro na sua venda, pois o objectivo era produzir as unidades necessárias à sua a homologação em Grupo B, entenderam que não fazia sentido sacrificar 4 carros caríssimos para depois nada ganhar com as eventuais vendas. Outra questão, mais fácil de ultrapassar, era da mais restrita legislação de emissões poluentes o que poderia ser facilmente ultrapassavel com ligeiras modificações à gestão do motor e adição de um catalisador.
Assim, as unidades vendidas para os Estados Unidos foram exclusivamente para colecção e exposição. Isto até 1999, em que foi criada a "Show and Display Law", qualquer coisa como Lei de Exposição e Exibição em português, que permitia a carros de reconhecido valor histórico e considerados colecionáveis circular nas vias públicas, estando no entanto limitados a percorrer apenas 2500 milhas (4 000 km) anuais.
Um dos casos caricatos foi do exemplar que ficou conhecido por Gates 959. Adquirido pelo conhecido bilionário e fundador da Microsoft, Bill Gates, ficou retido na Alfândega do Porto de Seattle durante 13 anos precisamente por não estar homologado pelo Department of Transportation (por falta dos crash tests) e pelo Environmental Protection Agency (devido a não respeitar os limites de missões poluente) até a "Show and Display Law" permitir a sua utilização.
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