Audi R18 e-tron quattro venceu as 24 horas de Le Mans

O Audi R18 e-tron quattro tornou-se no primeiro carro com motorização híbrida e tracção às quatro rodas a vencer as 24 horas de Le Mans. Mais um marco na história do desporto automóvel, depois de ter sido também o primeiro construtor a vencer uma prova do Mundial de Ralis com um carro de tracção integral e o primeiro a vencer Le Mans com um diesel.
Repetiram-se os vencedores do ano passado, com o carro #1, Andre Lotterer, Benoit Treluyer e Marcel Fassler, seguidos do carro #2 de Allan McNish, Tom Kristensen e Dindo Capello e o Audi R18 Ultra #4 de Mike Rockenfeller, Oliver Jarvis e Marco Bonanomi.
O melhor dos outros, ou seja, das equipas privadas com motores a gasolina foi o Lola Toyota #12 da Rebellion, pilotado por Nicolas Prost, Nick Heidfeld e Neel Jani, que aproveitou dois pequenos acidentes do Audi R18 Ultra #3 para se classificar em 4º lugar e impedir assim o 1-2-3-4 da Audi.
Se as primeiras duas horas da prova deram a entender que se iria assistir ao esperado domínio da Audi, com a Toyota a seguir de perto os carros alemães, a partir da terceira hora os carros japoneses foram aumentando o ritmo e aproximaram-se dos Audi e o Toyota #7, pilotado por Nicolas Lapierre, Alexandre Wurz e Kazuki Nakajima assumiu a liderança exactamente às 5 horas de prova, com Nicolas Lapierre a ultrapassar o Audi #1 então pilotado por Benoit Treluyer. A Toyota não teve no entanto sequer tempo para festejar, já que, precisamente na mesma volta, perdia o outro carro, pilotado por  na altura por Anthony Davidson, que fazia equipa com Stephane Sarrazin e Sebastien Buemi. 
O Toyota #8 desentendeu-se com o Ferrari 458 Italia  #81 pilotado pelo italiano Piergiuseppe Perazzini na aproximação a curva de Mulsanne com o embate a dar-se quando o Toyota seguiria a cerca de 300 km/h, resultando num embate muito violento que levou à destruição de ambos os carros e o Anthony Davidson ao hospital com fracturas de menor gravidade em duas vértebras, o que levou também à entrada do Safety Car em pista, onde permaneceu uma hora e um quarto para remoção dos carros, substituição dos rails e reparação das barreiras de pneus.
Se com o acidente a Toyota perdeu um carro, com o reinício da corrida, perdeu a hipótese de conseguir um bom resultado com o outro. O japonês Kazuki Nakajima, então ao volante do Toyota #7, que havia ficado no meio de um pelotão de carros mais lentos, deve ter pensado que os conseguia ultrapassar todos na mesma curva... O que não aconteceu, atropelando o Deltawing, o que atirou o carro experimental para o muro de betão das curvas Corvette e imediata desistência. O Toyota foi para as boxes para reparações perdendo quase duas horas e qualquer hipótese de um bom resultado. Com cerca de 11 horas de prova, o carro acabou por abandonar definitivamente com problemas de motor.
Entretanto, quem pensava que na Audi, sem a Toyota por perto, houvessem ordens imediatas para manter posições até final, tal não aconteceu e o Audi #2 aproveitou a entrada do Safety Car para recuperar o atraso sofrido logo no início de prova, quando tiveram que recolher às boxes para remover um pedaço de borracha que se tinha alojado na suspensão. Entretanto o mais rápido dos Audi R18 Ultra, o #3, tinha-se atrasado 8 voltas depois de ter embatido nos pneus na primeira chicane das Hunaudieres, quando era pilotado por Nicolas Lapierre, destruindo a frente e a partido a suspensão da roda dianteira direita.
Com cerca de três horas para terminar a corrida, tudo em aberto entre os Audi R18 e-tron, com trocas constantes de posições, até porque estavam desfasados nas paragens nas boxes, com aparente vantagem para o carro #1, no entanto, pelo desfasamento das paragens, o Audi #1 necessitaria apenas de mais 4 paragens para terminar a corrida, enquanto o Audi #2 necessitaria de 5 paragens, pelo que o Audi #1 ainda tinha vantagem. Só que, no espaço de 3 minutos a garagem do Team Joest ficou muito atarefada, com o Audi #3 a repetir o contacto com os pneus na primeira chicane, desta vez com Marc Gene ao volante, e o Audi #1 pilotado por Allan McNish a perder o controlo nas curvas Porsche e danificar a frente também. 
Os estragos foram rapidamente reparados, aproveitando até a entrada do Safety Car para verificação do estado dos rails para perder apenas duas voltas, mas estava achado o vencedor.
Em sexto lugar ficou o HPD da equipa JRM, que fez uma prova discreta mas conseguiu manter-se longe de problemas, seguido do segundo Rebellion que padeceu de alguns pequenos problemas ao longo da prova. O último classificado dos LMP1 acabou por ser o HPD da Strakka que tinha sido o melhor privado na qualificação mas começou logo mal a corrida, pois arrancou quando os primeiros tinham cumprido já seis voltas, devido a uma fuga de óleo na caixa de velocidades, voltou a sofrer mais problemas, o que levou a equipa a optar no domingo de manhã por recolher o carro às boxes, uma vez assegurados os 70% da distância previsível do vencedor que garantiam a classificação final, saindo apenas para a última volta e receber a bandeirada de xadrez e assim garantir os pontos correspondentes no campeonato do mundo de resistência.
Mais problemática ainda foi a corrida da Pescarolo, com inúmeros problemas com os dois carros, o Pescarolo 03 foi o primeiro LMP1 a desistir oficialmente, ainda na tarde de Sábado e o Dome passou quase tanto tempo nas boxes como em pista, pelo que nem cumpriu a distância mínima de classificação. De madrugada desistiu também o OAK-Pescarolo com problemas de motor.

3 comentários:

  1. Só dois reparozinhos:

    Kazuki Nakajima conduzia o Toyota #7 e não o Audi.
    Kazuki Nakajima tinha condições para ultrapassar se o senhor que conduzia o charuto tivesse conhecimento das regras, tal como o sr do 458 que arrumou com o Davidson.

    A Audi ganhou, mas não dominou, e ganhou com muita sorte à mistura...

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  2. Um reparozinho:
    Se a culpa foi do charuto, porque é que a equipa da Toyota, incluindo o Nakajima, foram pedir desculpa à malta da Deltawing por os terem posto fora?

    http://twitter.com/highcroftracing/status/214300445458432000/photo/1

    Quanto ao conhecimento das regras, o Davidson penso que é o maior desconhecedor, uma vez que o GT, se não deu pisca a informar que o podia passar por aquele lado, é porque não o tinha visto, mesmo assim arriscou a manobra sem esperar pela sinalização do Ferrari.

    Quanto à sorte da Audi, não houve qualquer sorte, simplesmente gestão de corrida, porque os Audi, quando precisaram, ou seja, quando andaram em luta entre si, andaram cerca de 4 segundos por volta mais rápidos do que no sábado à tarde.

    Foi uma táctica que resultou em pleno, andaram nas calmas para dar esperanças à Toyota, que se eliminaram por arriscarem demasiado ao pensar que podiam acompanhar os Audi.

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  3. Foram pedir desculpa porque o carro até era engraçado... Se bem que com prestações bem aquem do esperado...

    Essa tática tinha piada... até tinha... Se a Toyota tivesse acabado a corrida... agora taticas para quem já está de fora só se a malta for maluquinha...

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