DTM - Parte 4 1990


O ano de 1990 marcou a entrada em cena da Audi com o monstruoso Audi V8 quattro, introduzindo assim nas corridas de carros de turismo a tracção integral, tal como tinha feito nos ralis. Os Audi V8 distinguiam-se por serem gigantescos lado a lado com os BMW M3 e Mercedes 190E e pelo potente motor V8 com 3.6l de capacidade. Se o motor lhe conferia mais potência era cerca de 300kg mais pesado que os rivais BMW e Mercedes que corriam com “modestos” motores de 4 cilindros em linha e 2.5l de capacidade. Inicialmente estava prevista a utilização do célebre 5 cilindros em linha turbo com 2.2l de capacidade que já tinha sido usado no Audi quattro de grupo B e mais recentemente no Audi 90 quattro GTO do campeonato IMSA GTO. No entanto os motores turbo foram proibidos para 1990, o que levou a Ford a abandonar o campeonato pois os Sierra RS500 tinham motor turbocomprimido.
O campeonato como habitualmente iniciou-se na vizinha Bélgica em Zolder e a Audi apresentou apenas 1 carro, entregue a Hans-Joachim Stuck que deu nas vistas ao subir ao pódio na 2ª manga desta primeira jornada. As primeiras vitórias chegaram logo na 4ª jornada do campeonato na pista de Avus. Numa pista que basicamente são duas rectas com um gancho a uni-las numa ponta e uma dupla direita na outra, a superior potência do Audi e a tracção integral a ajudar na saída das curvas lentas permitiram a Stuck ganhar ambas as mangas com grande à vontade. Na sexta jornada, numa pista desenhada na base aérea de Wunstorf nova dupla vitória de Stuck, sendo os restantes resultados discretos, exceptuando um segundo lugar na segunda manga da primeira visita a Hockenheim, fazendo valer mais uma vez a grande potência do Audi nas longas rectas da versão longa do circuito. Com os bons resultados (ninguém tinha ganho mais provas que Stuck), a Audi decidiu colocar em pista um segundo Audi para as últimas 4 jornadas duplas do campeonato, a partir de Norisring, entregue ao bi campeão mundial de ralis Walter Rohrl. 
Em Norisring Stuck venceu a primeira manga secundado por Rohrl e ficou em 3º na segunda e Rohrl em 5º. Nas antepenúltima e penúltima rondas do campeonato os resultados de Stuck foram modestos, no entanto Rohrl venceu a segunda manga na penúltima ronda (Nurburgring, variante moderna). Tudo se iria decidir então em Hockenheim, entre Stuck e Cecotto num BMW. A Audi decidiu então inscrever um terceiro Audi para Frank Jelinski. 
Em Hockenheim os Audi dominaram completamente as corridas, sendo o pódio igual em ambas, com Stuck a vencer, Jelinski em segundo e Stuck em terceiro. Na segunda manga Cecotto ainda foi o melhor dos outros em 4º, mas os pontos perdidos para Stuck na primeira manga, em que foi apenas 11º significaram que o campeonato foi para Stuck na estreia do Audi V8 quattro, ainda por cima fazendo sete das onze jornadas sem qualquer companheiro de equipa. Johnny Cecotto com o BMW M3 teve que se contentar com o vice-campeonato e Kurt Thiim foi o melhor Mercedes-Benz em 3º. 
Para a BMW ficou a consolação de vencer novamente a classificação dos construtores, o sétimo título em sete edições do campeonato. 
Sendo campeonato dominado por estes três construtores, dos quase quarenta participantes por prova eram quase na totalidade destas três marcas com grande predominância dos M3 entre os privados sendo excepções apenas um Ford Mustang GT privado, sem qualquer apoio da Ford e três Opel Ómega 3000 24v da equipa oficial da Opel, que dava os primeiros passos, evoluindo do pequeno Kadett de tracção dianteira para o seu topo de gama, o Omega de tracção traseira, sendo que apenas o Omega ocasionalmente se conseguiu intrometer nos dez primeiros.

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