Le Mans 2012 - Vitória Ferrari nos GTE Pro

Apontado como grande favorito à vitória nesta edição da prova, o Ferrari #51 da AF Corse sofreu um sério revés logo na sessão de treino livre de 4ª feira, com Giancarlo Fisichella a destruir o carro na sequência de um despiste nas Curvas Porsche. Assim a equipa foi obrigada a fazer viajar de Itália outro chassis durante a madrugada de Quarta para Quinta Feira e reconstruir o carro à volta deste, tendo os pilotos usado o outro carro da equipa para cumprirem as voltas mínimas obrigatórias para se qualificarem. O carro acabou por ficar pronto por volta das 23h30 de Quinta Feira, ou seja, ainda foi a tempo de fazer algumas voltas até o final da 3ª e última sessão de qualificação, evitando assim partir do final da grelha.
A corrida nesta classe começou como se uma prova de sprint se tratasse, com trocas constantes de posição entre o autor da Pole, o Aston Martin Vantage #97 de Darren Turner, Stephan Mucke e Adrian Fernandez, o Chevrolet Corvette #74 de Oliver Gavin, Tommy Milner e Richard Westbrook e precisamente o Ferrari #51, luta essa que durou cerca de 5 horas, altura em que o Aston Martin perdeu uma volta com uma paragem mais prolongada nas boxes, assumindo então a liderança o Corvette, pois o Ferrari também teve uma paragem mais prolongada. Aproveitou então o Corvette para assumir liderança, que não perdeu até cerca da décima hora de prova, quando começou uma série de problemas para o Corvette #74 que começaram num erro durante uma troca de pneus em que o mecânico se esqueceu de apertar a roda traseira esquerda que viria a sair logo no início da volta, tendo que regressar à boxe em 3 rodas. Os problemas da equipa não terminariam por aqui, pois se até aí tinham perdido um total acumulado de 13 minutos nas boxes, nas restantes 14 horas de prova, passaram 8 horas e 26 minutos, mais de metade nas boxes, acabando por não conseguir sequer cumprir a distância mínima para constarem na classificação final.
Com isto tudo o Ferrari #51 assumiu a liderança, que nunca mais iria perder e o carro idêntico (#59) da Luxury Racing, graças à excelente prestação do francês Frederic Makowiecki, muito bem apoiado pelo brasileiro Jaime Melo e o alemão Dominic Farnbacher imiscuía-se na luta pelos restantes lugares do pódio com o segundo Corvette, o #73 de Jan Magnussen, Antonio Garcia e Wayne Taylor e o já referido Aston Martin #97. O esforço do Corvette #73 terminaria em 25 minutos nas boxes, precisamente ao meio da prova, perdendo o contacto com os dois Ferrari e o Aston Martin, que fizeram o resto da prova sem grandes sobressaltos, apenas perdendo tempo nas boxes para as habituais substituições das pastilhas e discos de travão, já que não podem usar discos de carbono como os protótipos.

Assim, venceu o Ferrari #51 da AF Corse, fazendo-se valer de uma prova sem colocar uma roda fora do sítio, sem forçar o ritmo, até porque o carro não foi convenientemente testado depois de reconstruído, ao que o facto do warm up ter sido disputado debaixo de chuva intensa não ajudou, o que acabou por lhes permitir também registar consumos mais baixos que a concorrência, o que lhes permitiu parar menos duas vezes que o carro idêntico da Luxury e menos três vezes que o Aston Martin Vantage que ficou em terceiro lugar. De destacar que a Luxury pensava conseguir fazer o mesmo número de voltas, o que descobriu ser impossível logo no primeiro turno, já que ficou sem combustível mesmo a chegar às boxes, perdendo logo aí quase dois minutos.
Destaque pela negativa, para além dos Corvette da equipa oficial, para os Porsche 997 desta classe que logo nos treinos tiveram dificuldade para se mostrarem mais rápidos que os carros versão 2011 da classe GTE Am, na corrida ainda pareceram nas primeiras horas conseguir manter um ritmo ao nível dos rivais, nunca perdendo muito tempo, mas o desenrolar da prova acabou por demonstrar que os carros alemães terão, tal como os Corvette, imprimido um ritmo demasiado perto do limite para uma prova destas características, pois nenhum terminou a prova, primeiro o carro da Flying Lizard a desistir devido a despiste, para mais tarde, durante a madrugada, ambos os carros da Felbermeyer desistirem também com as caixas de velocidades partidas.

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