A esperteza da Ducati

A época 2011 não começou da forma que a Ducati. A contratação de Valentino Rossi e grande parte do seu staff técnico que o acompanhou para a Ducati, fazia a equipa ter grandes expectativas de luta pelos títulos neste ano mas desde o princípio Rossi declarou que a ciclística muito peculiar da Ducati (quadro e braço oscilante em fibra de carbono e não em alumínio como a concorrência) tornava a moto demasiado rígida e difícil de colocar em curva, isto vindo de quem tinha desenvolvido a Yamaha R1, unanimemente considerada a moto com melhor comportamento em curva.
Assim, cedo a Ducati começou a trabalhar na moto de 2012, tendo Rossi testado-a pela primeira vez no início de Abril, usando pistas usadas no Mundial, como Jerez de la Frontera. A questão é que as regras de ensaios do campeonato são muito rígidas, e dizem que os pilotos titulares apenas podem testar nas datas designadas para testes oficiais, nem tampouco os pilotos de testes podem testar nas pistas utilizadas pelo campeonato fora destes testes. O único teste marcado após o início do campeonato foi a 2 de Maio, no Estoril, precisamente no dia após o GP de Portugal.
A Ducati contornou essa regra, tal como os outros construtores, devido ao facto das regras de motores se alterarem para 2012, com a cilindrada a poder ir até aos 1000cc. Ora, sendo a cilindrada superior a 800cc, não são legalmente motos de 2011, logo não estão abrangidas pelas limitações de testes.
 
O problema é que depois de vários testes satisfatórios e proveitoso trabalho de desnvolvimento com a GP12 (modelo 2012) a Ducati decidiu ajustar o respectivo motor para o limite de 800cc e apresentou-se em Assen com a Ducati GP11.1, uma GP12 com o motor com cilindrada ajustada a 800cc. Uma moto
A questão que fica é: o que impede então qualquer construtor de começar a testar com uma moto equipada com um motor de 801cc, logo não sendo considerada uma moto de 2011, para ultrapassar a limitação dos testes?
A questão não é assim tão descabida, porque os regulamentos de 2012 permitem de facto que a cilindrada chegue aos 1000cc, mas fixa também o diâmetro máximo dos cilindros em 81mm e limita o consumo para a distância de corrida a 21 litros. Muitos técnicos acreditam que, dentro destas duas premissas, se conseguirá obter um rendimento mais optimizado com cilindradas mais baixas, falando-se por exemplo de valores próximos dos 930-950cc e não nos máximos 1000cc.

Sem comentários:

Enviar um comentário